Projeto “Continuidade digital”
Contexto e relevância do projeto continuidade digital
A premência do crescimento exponencial de informação digital tem vindo, nos últimos anos, a obrigar as instituições detentoras de património e produtores a enfrentar o problema da preservação digital, equacionando para o mesmo eventuais soluções tecnológicas. Todavia, no contexto da actual crise económica – mas também válido e desejável mesmo em tempos de crescimento da economia -, os recursos para preservar património digital são elevados e exigentes tanto do ponto de vista material como do conhecimento especializado, constatando-se, por conseguinte, um substancial agravamento de falta de recursos além da total ausência de investimentos mesmo para manter e actualizar estruturas tecnológicas de preservação já existentes.
Pelos motivos expressos, considerou a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas muito pertinente dar início, no âmbito do 1º Seminário de Preservação Comum de Património Digital, realizado no passado mês de Setembro, a uma reflexão e debate transversal a várias Comunidades de Prática (CdP), representantes de domínios patrimoniais distintos, sobre a possibilidade de constituir um “embrião” de uma infraestrutura comum e solidária para a identificação e preservação deste património.
Na sequência do dito evento, e após elaboração do seu Relatório e Conclusões, foram realizadas várias reuniões – sectoriais e uma geral – com os vários agentes patrimoniais, durante os meses de Dezembro e Janeiro, para auscultação sobre proposta de delineamento de estratégia articulada de preservação do património digital. Do interesse e disponibilidade demonstrados, nasceu o projecto Continuidade Digital.
Sendo um projecto inovador, pretende também contribuir para a preservação do património digital enquanto memória social e legado para as gerações futuras. Como tal, propõe-se analisar um conjunto de problemas decorrentes dessa missão, designadamente:
- a delimitação e identificação do património digital;
- os processos organizativos mais adequados que tenham em consideração a necessidade de aproveitamento de recursos e assunção solidária de despesas;
- avaliação de novas tecnologias que suportem processos de preservação de forma a determinar a sua adequação à preservação deste tipo de património;
- a criação de novos hábitos comportamentais que privilegiem a interoperabilidade, cooperação e inovação;
- a custódia física do património digital.
Ao trazer para ordem do dia a questão da preservação do património digital, acredita o grupo de trabalho obter o reconhecimento da sua relevância e pertinência pelo conhecimento potenciado acerca dela. Ao alinhar a referida temática com os objectivos estratégicos da Secretaria de Estado da Cultura (SEC), em matéria de promoção e protecção do património digital, e com a política governamental de racionalização e utilização de processos e métodos decorrentes da adopção de novas tecnologias, espera a obtenção do apoio oficial de entidades públicas, mas também privadas, para a viabilização, concretização e sustentabilidade do projecto em causa.
Objetivos
Com este projecto, pretende-se concretizar os seguintes objectivos:
Geral
- Constituir, na prática, uma rede sustentável de preservação comum de património digital.
Específicos
- Gerir património digital em rede, com base na partilha de recursos e serviços, ou no princípio do trabalho cooperativo em rede;
- Constituir uma rede de actores – pertencentes a diferentes comunidades de prática – com responsabilidades definidas e identificadas na preservação do património digital, à escala nacional;
- Recolher critérios para identificação de objectos digitais com estatuto de património;
- Obter contributos diferenciados de cada Comunidade de Prática, mas formalizados e reconhecidos;
- Promover cooperativamente a fruição e acesso ao património preservado.
Fases do projecto
Para a concretização dos objectivos indicados, o projecto constará de duas fases:
1ª fase:
- Recolha de conhecimento necessário e adequado para decidir sobre:
- Vantagens e desvantagens consideradas colectivamente e individualmente da constituição de uma rede de preservação comum de património digital;
- Modelos e funcionalidades da rede;
- Formas práticas de concretizar essa rede
- Elaboração de arquitetura de informação para preservação comum de património digital
- Elaboração de modelo de sustentabilidade
- Identificação de fontes de financiamento para desenvolvimento da fase 2
2ª fase:
- Implementação dos modelos e soluções definidos na fase anterior.
Aceda a mais informação em
Para qualquer questão utilize o seguinte endereço eletrónico: dsiae@dglab.gov.pt